Eu, que estou morto,
tenho como caixão os meus ossos
e como mortalha, a minha carne...
Eu sou aquele que vê
os vermes comerem meu corpo
e os mais mórbidos habitarem minhas entranhas...
Eu, que na ironia não-metafórica da vida,
senti o mar esfriar minhas feridas,
enquanto a chuva lavava-me a alma...
Eu, que sou a Dança das Facas, ouvi:
"Tua solidão é tua maior miséria!"
E ainda ouvi dos Ventos Gélidos:
"Tua riqueza é tua solidão"...
Sou eu quem espero o ressoar do Inverno
Finalizar o maior frio da Era Siberiana
Ao consumar os eternos acordes
de meu Réquiem Tardio...
Sou eu aquele que,
mais do que tudo,
para além de tudo,
e sobre tudo...
Sinto falta de mim mesmo!
Comentário prépóstumo: gostaria de chamar de Suicídio Simbólico. Eu tenho essa permissão, mas em partes. De qualquer forma, assim como não posso defini-lo muito bem, também não posso nomeá-lo. Fiquem a vontade para escolher um título.