O Réquiem Tardio: escrito enquanto, ao soar da Dança das Facas, eu caminho para minha própria morte...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Escritos do Grande Outro - pt. 1

É preciso conduzir a análise (Nasio) e a análise conduz ao pior (Lacan).

Mais uma linha para meu epitáfio:

"Não apenas não consegui tornar-me cruel, como também não consegui me tornar nada: nem mau, nem bom, nem canalha, nem homem honrado, nem herói, nem inseto. Agora vivo no meu canto, provocando a mim mesmo com a desculpa rancorosa e inútil de que o homem inteligente não pode seriamente se tornar nada, apenas o tolo o faz." (Notas do Subsolo, Dostoiévski).


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Não existir


Sei que sinto algo
Sei que não te amo
Sei que o que sinto
não é uma paixão alucinada
Depois que aconteceu
jamais sentirei de novo

Sei que não me amas
Sei que lembra de mim às vezes
Sei também que você
não me deve sentimentos
E sei como isso me dói

Sei que não sou nada
Sei que sou uma lenda
Sei que não existo
E que também não podia ser
de outra forma

Sei que a vida nos juntou
mas sei que de forma frágil
Um gesto e nunca mais nos falaríamos
e não faria diferença nenhuma

Nós não vivemos na vida do outro
nós não existimos
somos fantasmas
que fazem-nos escrever a noite

Mais que tudo, você é minha solidão
pois, pelo tempo que você não existir
estarei sozinho.
E bem no fundo, talvez só você
me faria chorar de novo...

Mas sei que a vida continua
e com certeza ela continuará
Me perder não significa nada
pois nada sou
E és para mim só a solidão...

Comentário póstumo: data também de 2008. Esse é uma materialização de um dos grandes Suicídios Simbólicos da minha vida.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Justamente...


...você, que tantas coisas teve para dizer,
Justamente nesse momento ficou calado,
(que é o maior de todos os momentos)
Justamente porque tudo já fora dito.

Comentário prépóstumo: esse poema data de 2014, e 2008, e 2006, e 2000.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Minha Culpa

Minha culpa

Cada estrassalho ao chão
aponta e proclama:
É minha culpa!

Toda bondade incondicional
daqueles que minha culpa fez sofrer
não é justo e proclama:
É minha culpa!

Mesmo que nenhum ferimento exista
meu coração sangrando proclama:
É minha culpa!

Perdõem-me...

Comentário póstumo: esse é o primeiro poema que escrevo do caderninho de 2008, mas não é o primeiro do caderno. Optei por manter os erros ortográficos, porque são parte do poema original.

Achei um caderninho...

... com poemas escritos em 2008!!! Foi um ano mórbido!