O Réquiem Tardio: escrito enquanto, ao soar da Dança das Facas, eu caminho para minha própria morte...

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Suicídio Simbólico II

Quando as pessoas se deparam com o suicídio, é compreensível que estejam esperando uma explicação trágica que explique o porque que aquela pessoa se matou. Isso não passa, porém, de uma visão romântica do suicídio. 

É verdade, entretanto, que o suicídio possui uma poética própria. Cada elemento da cena pode ser examinado e interpretado como uma peculiaridade artística. Essa, por sua vez, é muito mais terrível do que se pode imaginar, pois o suicídio não é o clímax de uma história de sofrimentos intermináveis. Nada mais errado do que isso.

O que está por trás do suicídio é a impossibilidade da pessoa de suportar o drama cotidiano. O mesmo drama que vivemos dia após dia. É triste, mas nada separa a vida do suicida da nossa própria vida. Talvez o posicionamento dos vivos, o qual falei no começo desse pequeno texto, seja apenas uma proteção que afasta do suicida de nós mesmos.

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