O Réquiem Tardio: escrito enquanto, ao soar da Dança das Facas, eu caminho para minha própria morte...

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Não existir


Sei que sinto algo
Sei que não te amo
Sei que o que sinto
não é uma paixão alucinada
Depois que aconteceu
jamais sentirei de novo

Sei que não me amas
Sei que lembra de mim às vezes
Sei também que você
não me deve sentimentos
E sei como isso me dói

Sei que não sou nada
Sei que sou uma lenda
Sei que não existo
E que também não podia ser
de outra forma

Sei que a vida nos juntou
mas sei que de forma frágil
Um gesto e nunca mais nos falaríamos
e não faria diferença nenhuma

Nós não vivemos na vida do outro
nós não existimos
somos fantasmas
que fazem-nos escrever a noite

Mais que tudo, você é minha solidão
pois, pelo tempo que você não existir
estarei sozinho.
E bem no fundo, talvez só você
me faria chorar de novo...

Mas sei que a vida continua
e com certeza ela continuará
Me perder não significa nada
pois nada sou
E és para mim só a solidão...

Comentário póstumo: data também de 2008. Esse é uma materialização de um dos grandes Suicídios Simbólicos da minha vida.

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